Daqui de dentro eu vejo tudo o que vocês ouvem. Não tem nenhum filtro, é open source. Navego pelos códigos mal escritos das tuas costas até chegar no centro do problema. É o que você acha que vê, mas não enxergou. O que é e você não sabe ainda e também tudo o que você acha que entendeu.
Se fosse fácil de explicar não precisaríamos de tantos frameworks e tampouco usar palavras em inglês. Às vezes, confesso, faço isso apenas para não falar a real. Não dizer a qual é de mesma. Se fosse estranho, não seria permitido. Ser feliz tem dessas coisas. A gente acha que sabe o que é, mas só quando acontece faz sentido.
Desperto alegre apenas para chorar as novidades. A assistente virtual fala com aquela sua voz monótona e sem emoção tudo o que eu preciso, mas no fundo no fundo preferia não saber. Só quando o dia já se despediu da noite, quando o chuveiro cospe aquela água gelada nos meus ombros é que descubro a verdade. O erro que estava escondido desde a última atualização. Num loop infinito eu coloco um atalho, um escape. É errado, é feio, mas pior é ficar preso no mesmo ciclo sem fim.
O dia seguinte vai começar melhor, vai ser diferente. Isso é um desejo, não é a realidade. Todo o tempo que finjo que me engano é o que chamo de descanso. A mente recarrega, mas o corpo não. Quando um novo dia surge, lá está o meu calabouço: Uma cadeira, um teclado, duas telas e uma garrafa de água (quente). Digito meus segredos e tudo se abre:
Um novo dia, os mesmos erros, os mesmos problemas, as mesmas reuniões.
📆 Originalmente escrito no dia 21 de Março de 2021.